Um movimento de transformação religiosa atingiu a Europa no século XV
A Reforma Protestante foi um movimento religioso que aconteceu na Europa, século XVI, fomentado por razões políticas e religiosas. O movimento teve como principal líder Martinho Lutero, um monge alemão, que por meio de 95 teses fez várias críticas à Igreja Católica e ao Papa.
Naquele período, o principal embate acontecia entre a Igreja e Estado Monárquico. A primeira tese possuía domínio espiritual sobre o povo e detinha um certo controle administrativo dos reinos, que eram desejados pelos reis.
Como forma de garantir o “direito divino dos reis’, os governantes cobiçavam o poder espiritual e ideológico pertencentes à Igreja e ao Papa. Além de desejarem cobrar tributos feudais.
A burguesia também começou a incomodar-se com alguns ideais do catolicismo. Por exemplo, a usura (empréstimos com juros) era considerado um pecado pela Igreja, que também era contra o acúmulo de bens e o lucro.
Quem também estava descontente com a Igreja era a população, cansada dos abusos da Igreja e da sua falta de propósito. Como os mosteiros e bispados ocupavam grandes terras, em muitos casos os superiores religiosos vivam às custas dos camponeses.
Pré-Reforma de John Wycliffe
Lutero é o nome mais conhecido da Reforma Protestante, contudo tal movimento teve como base os ideias do professor e teólogo inglês, John Wycliffe. Ele levantou diversas questões sobre a Igreja, entre elas a necessidade da figura do Papa, Wycliffe pregava que "Nosso papa é o Cristo".
O teólogo tinha como propostas reformistas:
• A pobreza apostólica;
• A Escritura como única lei da igreja;
• Os eleitos são a igreja, não o Papa e os cardeais;
• Cristo como o cabeça da igreja, não o Papa.
Quem foi Martinho Lutero?
Martinus Luter ou Martin Luther (1483 -1546), nasceu em Eisleben, na Alemanha, e foi considerado o principal líder da Reforma Protestante. Ele teve uma infância coberta de mitos religiosos, com histórias de demônios e bruxas.
Na adolescência, ao 16 anos, ingressou na Universidade de Erfurt para estudar Artes, Leis, Línguas e Filosofia. A pedido do seu pai, com 18 anos Lutero ingressou no curso de Direito, contudo em 1505 decidiu entrou no Mosteiro Agostiniano de Erfurt e seguiu a vida religiosa.
Em 1509, Martinho graduou-se em bacharel em Estudos Bíblicos e em 1512 obteve o título de doutor em Teologia, mesmo ano que foi eleito cônego do convento de Wittenberg. Os anos seguintes foram dedicados ao ensino religioso e amadurecimento da sua doutrina de “justificação pela fé”.
Lutero mostrava-se contrário à venda de indulgências e nos anos de 1516 e 1517 proferiu três sermões em oposição a tais práticas. Em um dos discursos disse:
"É audacioso assegurar que o Papa possa livrar almas do purgatório. Se ele pode fazer isso, então ele é cruel em não livrá-las todas.”
A Reforma Protestante
O estopim da Reforma Protestante aconteceu em 1517, quando Martinho Lutero se deparou com o dominicano Tetzel que vendia indulgências em Wittnberg. Em resposta, no dia 31 de outubro, escreveu 95 teses que criticavam a Igreja Católica e Papa, fixando-os na porta da Catedral de Wittenberg.
Confira abaixo algumas teses:
16ª – Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança;
20ª – Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs;
27ª – Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório;
34ª – Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens;
36ª – Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência;
75ª – A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
A ação de Lutero rapidamente se repercutiu pelos países da Europa e no ano seguinte, 1518, ele foi acusado de heresia e chamado em Roma. O monge recusou a ordem papal e manteve suas posições, que também expressavam a opinião de boa parte da população.
Em 1520, Martinho Lutero recebeu uma “Bula Papal”, que ordenava que se retratasse ou seria excomungado. Em resposta, ele, juntamente com estudantes e professores da Universidade de Wittenberg, queimaram a Bula em praça pública.
Luteranismo e Reforma Protestante
Ainda no ano de 1520, o líder religioso redigiu três tratados que estabeleciam a base do luteranismo e o início da Reforma Protestante:
• A Nobreza Cristã da Nação Alemã
• Da Servidão Babilônica da Igreja
• Da Liberdade de um Cristão
Em 1521, em uma assembleia denominada de "Dieta de Worms", Martinho foi considerado herege. Tais acontecimento, obrigaram ele a exilar-se no Castelo de Wartburg, onde permaneceu por um ano e fortaleceu seus ideais.
Além das 95 teses podemos destacar outras obras de Matinho Lutero:
• Tradução da Bíblia para o alemão;
• Von den Juden und ihren Lügen (Sobre os judeus e suas mentiras);
• De servo arbítrio (Da vontade cativa).
O protestantismo
Lutero teve apoio de Felipe Melanchton, professor da Universidade de Wittenberg, para consolidação da sua doutrina. Seu amigo, redigiu a “Confissão de Augsburgo”, em 1530, um documento composto por 21 artigos que defendiam o protestantismo e indicavam 7 erros da Igreja.
Deste modo, a Reforma Protestante teve como principal resultado a divisão da Igreja do Ocidente entre católicos romanos e reformados ou protestantes (que originaram o protestantismo).
Os reformadores resumem suas crenças básicas em cinco solas:
• Sola fide (somente a fé)
• Sola scriptura (somente a Escritura)
• Solus Christus (somente Cristo)
• Sola gratia (somente a graça)
• Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Alcançado pelos ideais da Reforma Protestante, a França e a Holanda tiveram como principal líder João Calvino, que formulou a “doutrina da predestinação”. Para ele, a salvação não dependia dos fiéis, mas sim de Deus que escolhia as pessoas que deveriam ser salvas.
A síntese das doutrinas luteranas e calvinistas, com traços da liturgia católica, transformou a Inglaterra em uma nação oficialmente protestante, nascendo assim a Igreja Anglicana.
John Knox, discípulo de Calvino, introduziu o protestantismo na Escócia. As igrejas eram governadas por religiosos eleitos pela comunidade, os chamados presbíteros, livres da tutela do Estado. Os fiéis são nomeados de presbiterianos.
Contrarreforma
A Contrarreforma foi um movimento católico que visava combater as propostas feitas pela Reforma Protestante, comandada por Martinho Lutero. O movimento teve início após a realização do Concílio de Trento, reunião convocada pelo Papa Paulo III para discutir formas de opor às ideias de Lutero.
Concílio de Trento, encontro que originou a Contrarreforma para se opor a Reforma Protestante. |
O encontro aconteceu na cidade de Trento, na Itália, entre os anos de 1545 e 1563, sendo o mais duradouro concílio ecumênico da história. Do encontro saíram vários decretos, que visavam reafirmar a fé cristã e os dogmas da igreja católica.
O Concílio de Trento foi dividido em três períodos: de 1545 a 1548, de 1551 a 1552 e de 1562 até 1563. O encontro e a Contrarreforma marcam, inclusive, o começo de um dos movimentos artísticos mais famosos, o Barroco. O movimento teve grande participação nos ideais de expansão dos dogmas da igreja.
Novos protestantes ou CRENTES
Contrariando tudo o que Lutero e John Wycliffe tanto lutaram, os atuais "líderes religiosos" protestantes, os novos crentes, principalmente das tais "igrejas neo-pentecostais", fazem exatamente tudo e muito mais do que os católicos de então, da época de Lutero e da reforma protestante faziam, ou seja, além da venda de indulgências, vendem pedaços do céu, vende milagres, pedem doações e dízimos cada vez mais maiores, tudo fazem para tirar o que podem do seu "rebanho".
Com a célebre frase "se você crê, você fará a doação, você entregará, você..."
O protestantismo se perverteu e Lutero chora por isso!