Deus, nosso Pai, CAMINHE pela minha casa e leve embora todas as minhas preocupações e doenças, e POR FAVOR, vigia e cura a minha família em nome de Jesus ... AMÉM

MENSAGENS

MENSAGENS DE BATUÍRA

LUZ NA LÂMPADA

Rogamos aos companheiros de serviço terrestre socorrerem os irmãos transviados nas trevas, sem se deixarem influenciar por eles. Amparar o doente sem absorver-lhe a enfermidade. Ouvir os infelizes e consolá-los, contudo, entregá-los ao Senhor porque apenas o Senhor possui recursos suficientes para guiá-los e nutri-los, renová-los e restabelecê-los como é preciso.

Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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CONFIANÇA

Confiança, filhos, confiança e confiança no Senhor, porque, embora as dificuldades de superfície, estejamos convencidos de que o Senhor tem determinado providências para que nada nos falte e tudo se oriente na direção do melhor, a fim de que as forças dos obreiros da verdade e do bem sejam libertas de quaisquer preocupações menores para serem todas elas empregadas em escala maior na Obra do Evangelho.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz

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APOIO

Guardemos no âmago da tarefa a paz indispensável, com alicerces na confiança recíproca, e de corações e braços entrelaçados na fé em Deus e em nós mesmos não conheceremos problemas insuperáveis. Haja tempestade no mundo externo, rajadas de sombra uivem fora do santuário que nos reúne, pedradas desabem sobre nós, espinheiros despontem ao redor dos nossos passos, no entanto, que no imo da tarefa estejamos em harmonia opondo a nossa resistência a todos os alvitres da desagregação.

A obra cresce e se consolida, à maneira de lavoura próspera e fecunda abençoada pelo sol e pelas chuvas de Deus. Todos os serres de nossas atividades na Doutrina da Luz e do Amor nos sugerem alegria e esperança e, por isso mesmo, no aprendizado do Cristo, apenas nos cabe ir à frente sem nada a temer.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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NÓS EM NÓS

As alegrias do serviço espiritual funcionam como sendo o melhor dissolvente de nossas mágoas e desencantos.
Atendamos à vida e melhoremos a vida com o entusiasmo de nossa fé.

O Senhor nos conhece as dificuldades e dar-lhes-á solução em momento oportuno.

Não permitamos que a sombra se nos insinue no espírito anulando-nos as faculdades de realização, sejam quais forem as circunstâncias.

Trabalhemos incansavelmente!

Frenemos os impulsos à descida para o desalento e subamos, em espírito, no rumo do otimismo e da esperança.

Basta algum esforço de nossa parte nesse sentido, e Jesus, por seus Mensageiros, conferir-nos-á o acréscimo preciso de recursos com que varrer a noite que, porventura, nos esteja visitando o coração.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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AMPARO MÚTUO

Devemos ser a personificação do trabalho que nos exterioriza a fé para que a nossa fé não seja vã; trabalho que se converta em mensagem viva de solidariedade e de amor, no rumo daqueles que nos compartilham a marcha, trabalho que nos valorize os amigos e altere para melhor a conceituação de adversários a nosso próprio respeito; trabalho que se transfigure em progresso e bênção para quantos nos cerquem; trabalho que nos patenteie a decisão de transformar-nos, em definitivo, em cooperadores de Jesus onde estejamos.

E guardemos a certeza de que onde o trabalho não esteja, aí vige a sombra desencadeando toda a classe de crises do pensamento e do coração, impedindo a execução do bem a que nos propomos servir.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz

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A FORÇA DO TRABALHO

Trabalho gera trabalho para que o trabalho nos dê a bênção de mais trabalho, com o trabalho por solução de todos os problemas da vida.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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MUITO DA VIDA

Não estamos em estrada de rosas, pavimentada de absoluta harmonia, no entanto detemos conosco os tesouros do trabalho e da esperança – e isso é muito da vida – com o Amparo do Senhor.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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CONFORTO E NÓS

Há quem diga que a felicidade do céu é diminuir a infelicidade da Terra ou extinguir esse mesmo infortúnio. Verdade bela e simples, ser-nos-á lícito transferi-la para o nosso caminho pessoal, compreendendo que a felicidade maior dos que se tornam felizes será sempre atenuar a infelicidade que ainda assedie a existência dos nossos irmãos menos felizes.

Deus nos subtrai a dificuldade para que aprendamos a suprimi-la da estrada alheia. Ajuda-nos para que ajudemos. Abençoa-nos para que nos habituemos a abençoar.

Reconheçamos assim que a tranqüilidade e a alegria nos bafejam para que venhamos a mobilizá-las no trabalho do bem geral.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz

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COMUNICAÇÃO

Trabalhar, sim, e constantemente, na construção de um Mundo Melhor. É imperioso criar o pensamento novo e divulgar a cultura em benefício dos semelhantes. Arte é mediunidade. E mediunidade é sempre sintonia. Quanto mais se aperfeiçoe o canal mais segurança de acesso ao reservatório.

É na forja acesa que os ideais superiores são temperados devidamente para a formação de valores mais altos. Saudade, sofrimento, luta, conflito, provação se erigem na existência por climas necessários ao burilamento espiritual. Óbvio que não nos será lícito exaltar a dor tão-somente por exaltá-la, no entanto, saibamos valorizar-lhe a presença e assimilar-lhe a lição.


Antigamente a cátedra se limitava ao recinto fechado da escola, o altar se confinava ao espaço do Templo e a conclusão científica jazia encarcerada em seu nascedouro, entre as quatro paredes do laboratório a portas cerradas. Entretanto, hoje, educação, fé e ciência exigem comunicação sempre mais vasta e caminham céus afora, derramando-se pelo mundo à feição daquelas verdades de que falava Jesus ao anunciar-nos que a Verdade surgiria de cima dos telhados.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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MEDIUNIDADE SINCERA

Diante dos corações que choram, das mães padecentes, dos enfermos necessitados, dos tristes que desesperam, das crianças em abandono e dos pobres espíritos revoltados que jazem nas trevas, apresentando o impositivo da ação constante em favor dos que reclamam apoio e carinho, proteção e socorro, de permeio com os irmãos ainda jugulados pela influência da ignorância e da obsessão, o médium, realmente, não pode congelar as oportunidades da instrução e do alívio, da ajuda moral e da assistência fraterna, sob pena de fazer-se descaridoso e infiel a si mesmo.

Trabalhemos.

Mediunidade é o instrumento. Tenhamo-lo tão limpo e tão exato quanto possível, para que os administradores do bem nos utilizem nas boas obras, nas boas obras que são, em verdade, a única maneira de traduzir a fé viva que abraçamos no levantamento do mundo melhor.

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MÉDIUNS E MENSAGEIROS


Em torno dos médiuns e dos encargos que lhes dizem respeito recorramos a imagens simples da vida para considerar a importância do burilamento mediúnico ante as manifestações espirituais:

o escritor mais emérito não comporá sequer uma página atirando a esmo as letras do alfabeto;

o navegador mais experiente não realizará a travessia do oceano numa embarcação de papel

o professor mais sábio não conseguirá fornecer ao discípulo qualquer diploma, em determinado setor profissional, de uma semana para outra;

o engenheiro mais competente não erguerá construção sólida sobre areias movediças.

Assim também na área dos Mensageiros da Vida Superior e dos medianeiros amigos encarnados na Terra.


Se os médiuns não estudam, melhorando as próprias condições de receptividade; se não adquirem fortaleza para suportarem valorosamente os golpes da crítica; se não entesouram paciência a fim de se adestrarem no serviço mediúnico, dia por dia, mês a mês e ano a ano; e se não largam as questiúnculas ainda existentes na Terra, é muito difícil a execução da tarefa de elevação a que foram chamados, de vez que sem recursos de trabalho e preparo, abnegação e aperfeiçoamento, a obra da educação em qualquer lugar se faz praticamente impossível.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz

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O PIONEIRO E A PEDRA

Um grande sorriso para os obstáculos. O pioneiro sorri para a pedra e remove-a, para que a estrada apareça.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz
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DILIGÊNCIA

Ofereçamos de nós mesmos a confiança e a diligência, a concórdia e o serviço e Jesus fará o resto.


Batuíra (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mais Luz

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BIOGRAFIA DE BATUÍRA

Antônio Gonçalves da Silva (Batuíra).

Nascido em 19 de março de 1839, em Portugal, na Freguesia de Águas Santas, hoje integrada no Conselho da Maia.

Completada a sua instrução primária, veio para o Brasil, com apenas onze anos de idade, aportando no Rio de Janeiro, a 03 de janeiro de 1850.
Devido a ser um moço muito ativo, correndo daqui para acolá, a gente da rua o apelidara "o batuíra", o nome que se dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüentava os charcos na várzea formada, no atual Parque D. Pedro II, na cidade de São Paulo, pelos transbordamentos do rio Tamanduateí. Desde então o cognome "Batuíra" foi incorporado ao seu nome.
Batuíra desempenhou uma série de atividades que não cabe registrar nesta concisa biografia, entretanto, podemos afirmar que defendeu calorosamente a idéia da abolição da escravatura no Brasil, quer seja abrigando escravos em sua casa e conseguindo-lhes a carta de alforria, ou fundando um jornal a fim de colaborar na campanha encetada pelos grandes abolicionistas Luiz Gama, José do Patrocínio, Raul Pompéia, Paulo Ney, Antônio Bento, Rui Barbosa e tantos outros grandes paladinos das idéias liberais.

Homem de costumes simples, alimentando-se apenas de hortaliças, legumes e frutas, plantava no quintal de sua casa tudo aquilo de que necessitava para o seu sustento. Com as economias, adquiriu os então desvalorizados terrenos do Lavapés, em São Paulo, edificando ali boa residência e, ao lado dela, uma rua particular com pequenas casas que alugava a pessoas necessitadas. O tempo contribuiu para que tudo ali se valorizasse, propiciando a Batuíra apreciáveis recursos financeiros. A rua particular levaria, posteriormente, nome de Rua espírita, a qual existe até hoje.

Tomando conhecimento das altamente consoladoras verdades do Espiritismo, integrou-se resolutamente nessa causa, procurando pautar seus atos nos moldes dos preceitos evangélicos. Identificou-se de tal maneira com os postulados espíritas e evangélicos que, ao contrário do "moço rico" da narrativa evangélica, como que procurando dar uma demonstração eloqüente da sua comunhão com os preceitos legados por Jesus Cristo, desprendeu-se de tudo quanto tinha e pôs-se a seguir as suas pegadas. Distribuiu o seu tesouro na Terra, para entrar de posse daquele outro tesouro dos Céus.

Tornou-se um dos pioneiros do Espiritismo no Brasil e fundou o "Grupo Espírita Verdade e Luz", onde, no dia 6 de abril de 1890, diante de enorme assembléia, dava início a uma série de explanações sobre "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Nessa oportunidade deixara de circular a única publicação espírita da época, intitulada "Espiritualismo Experimental" redigida desde setembro de 1886, por Santos Cruz Junior. Sentindo a lacuna deixada por essa interrupção, Batuíra adquiriu uma pequena tipografia, a que denominou "Tipografia Espírita", iniciando a 20 de maio de 1890, a publicação de um quinzenário de quatro páginas com o nome "Verdade e Luz", posteriormente transformado em revista e do qual foi o diretor- responsável até a data de sua desencarnação. A tiragem desse periódico era das mais elevadas, pois de 02 ou 03 mil exemplares, conseguiu chegar até 15 mil, quantidade fabulosa para aquela época, quando nem os jornais diários ultrapassavam a casa dos 03 mil exemplares. Nessa tarefa gloriosa e ingente, Batuíra despendeu sua velhice. Era de vê-lo, trôpego, de grandes óculos, debruçado nos cavaletes da pequena tipografia, catando, com os dedos trêmulos, letras no fundo dos caixotins.

Para a manutenção dessa publicação, Batuíra despendeu somas respeitáveis, já que as assinaturas somavam quantia irrisória. Por volta de 1902 foi levado a vender uma série de casas situadas na Rua Espírita e na Rua dos Lavapés, a fim de equilibrar suas finanças.

Não era apenas esse periódico que pesava nas finanças de Batuíra. Espírito animado de grande bondade, coração aberto a todas as desventuras, dividia também com os necessitados o fruto de suas economias. Na sua casa a caridade se manifestava em tudo: jamais o socorro foi negado a alguém, jamais uma pessoa saiu dali sem ser devidamente amparada, havendo mesmo muitas afirmativas de que "um bando de aleijados vivia com ele". Quem ali chegasse, tinha cama, mesa e um cobertor.

Certa vez um desses homens que viviam sob o seu amparo, furtou-lhe um relógio de ouro e corrente do mesmo metal. Houve uma denúncia e ameaças de prisão. A esposa de Batuíra lamentou- se, dizendo: "é o único objeto bom que lhe resta". Batuíra, porém, impediu que se tomasse qualquer medida, afirmando: "Deixai-o, quem sabe precisa mais do que eu".

Batuíra casou-se em primeiras núpcias com Da. Brandina Maria de Jesus, de quem teve um filho, Joaquim Gonçalves Batuíra, que veio a desencarnar depois de homem feito e casado. Em segundas núpcias, casou-se com Da. Maria das Dores Coutinho e Silva; desse casamento teve um filho, que desencarnou repentinamente com doze anos de idade. Posteriormente adotou uma criança retardada mental e paralítica, a qual conviveu em sua companhia desde 1888.
Figura bastante popular na cidade de São Paulo, Batuíra tornou-se querido de todos, tendo vários órgãos da imprensa leiga registrado a sua desencarnação e apologiado a sua figura exponencial de homem caridoso e dedicado aos sofredores. Desencarnou em 22 de janeiro de 1909 em São Paulo.

Fonte:
Grandes Vultos do Espiritismo, de Paulo Alves Godoy, Edições FEESP.