Jesus, o Suave Rabi da
Galiléia, um dia, que se perde na poeira do tempo, deixou um mundo celeste e
veio a este Planeta, ainda envolto nas sombras da ignorância, para nos ensinar
sobre o reino de Deus.
O objetivo maior da sua vinda
foi a implantação do reino de Deus, ou reino dos céus, nos corações dos homens.
Mas, afinal de contas, o que
significa esse reino?
Primeiramente, precisamos
definir o que é um reino.
E isso é fácil, pois reino nos
lembra hierarquia. Um estado cujo soberano é um rei ou uma rainha. Há um
superior e há súditos. Há aquele que orienta e aqueles que seguem as
orientações.
No entanto, Jesus afirmou que
o reino de Deus está dentro do homem. Por essa razão, esse reino consiste numa
hierarquia de valores e de fatos que integram a natureza humana.
Resta-nos, agora, saber quais
são os valores que orientam esse nosso reino interno, para saber se estamos
construindo o tão almejado reino dos céus, em nossa intimidade.
Para isso basta que observemos
nossas atitudes diárias e os valores que se sobressaem em nossas vidas.
Se o soberano que rege nossas
ações ainda é o orgulho, o egoísmo, o ciúme, a ambição desmedida, a tola
vaidade, não podemos esperar que esse reinado seja de luz.
Se nossos interesses estão
voltados, exclusivamente, para o terra-a-terra, para o conforto físico, para o
lazer, para a satisfação dos desejos passageiros da carne, estamos construindo
um reino sobre a areia ilusória da existência física.
Mas, se nessa hierarquia de
valores, as virtudes são soberanas, então o reino de Deus já se instalou em
nossa intimidade.
O próprio Cristo afirmou:
"meu reino não é deste mundo". Com esta afirmativa podemos deduzir
que Ele se referia a um reinado diferente. A um reino celeste construído portas
a dentro do próprio coração.
Considerando tudo isso,
podemos, desde já, fazer uma análise do nosso império íntimo para saber quem
detém o poder.
E, de posse desse balanço
sincero, teremos condições de estabelecer a ordem ideal que nos favorecerá na
construção desse estado ditoso que tanto desejamos.
Jesus, ao nos incentivar
dizendo: brilhe a vossa luz, assegurou que a ação de acender a luz das virtudes
é uma realidade possível a todos.
Mas isto só acontecerá quando
as virtudes assumirem a soberania, o poder absoluto sobre as sombras das
imperfeições que ainda imperam em nós.
Busquemos estabelecer uma
hierarquia de valores reais, capazes de governar com segurança nossa mente,
nossas emoções, nosso corpo.
Deixemos que a dignidade, a
honradez, a humildade, a justiça e outras virtudes orientem nossos passos,
implantando, em definitivo, o reino dos céus nas fibras mais sutis da nossa
alma imortal.
***
O reino de Deus está dentro de
nós.
Mas, na maior parte da
humanidade, ainda se encontra em potencial, em estado dormente.
Compete ao homem despertar,
desenvolver esse reino, que o mestre chama de "luz sob o alqueire",
"tesouro oculto", "pérola preciosa".
E esse trabalho é individual,
intransferível, e só depende da livre vontade.
Pense nisso, e faça brilhar a
sua própria luz.
Equipe de Redação do
Momento Espírita, com base no livro “Sabedoria das Parábolas, de Huberto Rohde