segunda-feira, 8 de junho de 2020
Laroyê dona Maria Padilha!
E ela nasceu mulher
Da carne e do osso de Adão
E por ser bruxa
Foi condenada a Morte na inquisição.
Mas a Morte não foi barreira
Pois quando o coração parou
A alma se tornou verdadeira
E ela acabou por ser poderosa
E assim resistiu e existiu
E pisou novamente na terra
Falando com a boca de outra
Dançando com os ossos de outra
E se fazendo venerar
Em cima de vinho, champanhe
Cigarro e cantoria.
Ele voltou como disseram que faria
Cheia de loucura e zombaria
Sentada sobre uma besta de couro vermelho
Cheia de nomes de blasfemia
Que tinha sete cabeças e dez chifres.
Maravilhosa em esplendor
E fatal em intenção
Ela veio vestida de purpura e de encarnado
Adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas,
E subjugou seus inimigos
Pisando sobre as cabeças
Com magia e perfídia
Tendo na mão um cálice de ouro
Cheio de abominações
Pois ela é o mistério
A Grande herdeira da Babilônia
A Mãe das Meretrizes
Que acoa em muitas casas
O som da gargalhada.
E ela hoje é conhecida por muitos nomes
Mas Maria Padilha é o teu mais famoso. Laroyê dona Maria Padilha!