NATAL
Neste Natal permite que o amor de Jesus te irrigue o coração e verta em direção daqueles para os quais Ele veio, os nossos irmãos sofredores da Terra.
Faze mais: deixa-o renascer na tua alma e agasalha-O, para que Ele siga em ti e contigo, por todos os dias da tua vida.
Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco
INVERSÃO DE VALORES NO NATAL
Durante o solstício de inverno na Roma pagã, período que abrange os dias 17 a 23 de dezembro, celebravam-se as Saturnais, também
denominadas como as “festas dos escravos”, em razão de ser-lhes concedidas oportunidades de prazeres, aumento da quota de
alimentos, diminuição dos trabalhos a que se encontravam submetidos especialmente nos campos.
Homenageando-se o deus Saturno, os participantes entregavam- se aos mais diversos abusos, especialmente na área da sensualidade, da falta de compromissos
morais, assemelhando- se às bacanais...
Quando o Cristianismo primitivo passou a dominar as mentes e os corações do Império, aqueles afeiçoados a Jesus, desejando apagar a nódoa moral
que vinha do paganismo e permanecia atormentando a cultura vigente, transferiram a data do Seu nascimento para aquele período, aproximadamente, destacando-se o dia 25 para as celebrações
festivas.
Havendo nascido o Mestre de Nazaré entre 6 e 8 de abril, segundo os mais precisos cálculos dos estudiosos do Cristianismo contemporâneo, o alto significado
da ocorrência, pensavam então, teria força suficiente para apagar as lembranças dos abusos praticados até aquela ocasião.
O ser humano, nada obstante, mais facilmente vinculado às paixões primitivas, lentamente foi transformando a data evocativa da estrebaria de palha que se transformou numa constelação de
estrelas, a fim de dar expansão aos sentimentos desequilibrados, assim atendendo às necessidades das fugas psicológicas, em culto
externo de fantasia e de prazer.
Posteriormente, São Francisco de Assis, símile de Jesus pelo seu inefável amor e entrega total da vida, desejou recompor a ocorrência
natalina, e realizou o seu primeiro presépio, a fim de que o mundanismo não destruísse a simpleza da ocorrência, apresentando o evento sublime na forma ingênua das suas emoções.
Durante alguns séculos preservou- se a evocação do berço dentro das modestas concepções do Cantor de Deus.
À medida que a cultura espraiou- se e as modernas técnicas de comunicação ampliaram os horizontes das informações, as doutrinas
de mercado, assinaladas pelas ambições de compras e vendas, de extravagâncias e de presentes, de sedução pelo exterior em detrimento do significado interno
dos valores, propôs novos paradigmas para as comemorações do Natal.
Na atualidade aturdida dos sentimentos, a figura de Jesus lentamente desaparece da paisagem do Seu nascimento, substituída pelo simpático e gorducho
velhinho do norte europeu, Papai Noel, e o seu trenó entulhado de brinquedos para as crianças e os adultos que se entregam totalmente à alucinação festiva,
distante da mensagem real do Nascimento.
Atualizando-se no Ocidente e, praticamente no mundo todo, as doces lendas sobre São Nicolau, eis que também a árvore colorida vem substituindo o presépio
humilde nascido na Úmbria, e outro tipo de saturnália toma conta da sociedade, agora denominada cristã...
Matança de animais, excesso de bebidas alcóolicas, festas exageradas, extravagâncias de todo porte, troca de presentes, abuso de promessas
e ânsia de prazeres tomam lugar nas evocações anuais, com um quase total esquecimento do Aniversariante.
A preocupação com a aparência, os jogos dominantes dos relacionamentos sociais e o exibicionismo em torno dos valores externos aturdem
os indivíduos que se atiram à luxúria e ao desperdício, tendo como pretexto Jesus, de maneira idêntica ao culto oferecido a Saturno.
Propositalmente, os adversários da ética-moral proposta pelo Mestre procuram apagar a Sua lembrança nas mentes e nos corações, em tentativas covardes
e contínuas de O transformar em mais um mito que se perde na escura noite do inconsciente coletivo da Humanidade.
Distraídos em torno da ocorrência perversa, pastores e guias do rebanho confundido deixam-se, também, arrastar pela corrente da banalidade, engrossando as
fileiras dos celebradores do prazer e da anarquia.
É certo que Jesus não necessita de que se Lhe celebrem as datas de nascimento nem de morte, mas deseja que se vivam as
lições de que se fez o Mensageiro por excelência, propondo novos conceitos e comportamentos em torno da felicidade e da responsabilidade existencial,
tendo em vista a imortalidade na qual todos nos encontramos mergulhados.
Nada obstante, é de causar preocupação o desvio, a inversão de valores que se observam nas evocações festivas e na conduta dos celebradores,muito mais preocupados
com o gozo e o despautério do que com os conteúdos memoráveis dos ensinamentos por Ele preconizados e vividos.
Por compreender as fraquezas morais do ser humano, Jesus entendia, desde então, tais ocorrências que hoje acontecem, as adulterações
que se produziram nos Seus ensinamentos, e diante da indiferença que tomaria conta daqueles que O deveriam testemunhar, foi peremptório ao afirmar: – Quando eles [os
seus discípulos] se calarem
as pedras falarão...
[Lucas, 19:40.]
Concretizou-se o Seu enunciado profético, porque, nestes dias tumultuosos, nos quais não se dispõe de tempo, senão para alguns deveres de trabalho
que proporcione compensações imediatas, o silêncio das sepulturas quebrou-se e as vozes da imortalidade em grande concerto vêm proclamar e restaurar a mensagem de vida imperecível,
despertando os adormecidos para a lucidez e a atualização da conduta nos padrões elevados do Bem.
Não mais os intérpretes que adaptam os ensinamentos às suas próprias necessidades, distantes do compromisso com a Verdade;
que se deixam dominar por excessos de zelos desnecessários, transferindo os seus conflitos para os comportamentos que os demais
devem vivenciar; que se refugiam nos arraiais da fé, não por sentimentos elevados, mas procurando ocultar os conflitos nos quais estertoram...
As vozes dos Céus, destituídas dos ornamentos materiais e das falsas necessidades do convívio social, instauram a Nova Era, trabalhando
pelo ressurgimento das lições inconfundíveis do Amor, conforme Ele as enunciou e as viveu até o holocausto final...
O Seu Natal é um momento de reflexão, convidando as criaturas humanas a considerarem a Sua renúncia, deixando, por momentos,
o sólio do Altíssimo para percorrer os caminhos ásperos da sociedade daquele tempo, amando infatigavelmente e ensinando
com paciência incomum, de modo a instalar na rocha dos corações os alicerces do Reino de Deus que nunca serão demolidos.
Assim sendo, embora a inversão de valores em torno de Jesus e de Sua doutrina, que se observa
nas leiras do Cristianismo nas suas mais variadas denominações, nenhuma força provinda da insensatez conseguirá diminuir a
intensidade de que se revestem, por serem os caminhos únicos e de segurança para que a criatura, individualmente, e a sociedade,
em conjunto, alcancem a plenitude a que aspiram mesmo sem o saber.
Vianna de Carvalho (espírito)
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 17 de novembro de 2008, na cidade do Porto, Portugal.)
CELEBRAÇÃO DO NATAL
Esparze em derredor a luz da alegria, o bálsamo do consolo e o pão da bondade, celebrando o Natal com as mãos da caridade e os tesouros do amor, de modo a transformares o coração num altar e a alma na sede do Seu reino, donde Ele possa novamente apresentar-se, por teu intermédio, aos desditosos, reconstruindo a vida sob a excelsa sinfonia dos anjos a repetirem:
Glória a Deus nas alturas; paz aos homens de boa vontade!
Joanna de Ângelis (espírito), psicografia de Divaldo Franco
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