"Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que empreende para hoje ser melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje, sempre domando as suas más inclinações".
Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo)
“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. (Paulo de Tarso, I Cor. 6,12).
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CARNAVAL
O Espírita deve afastar-se de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares.
A verdadeira alegria não foge da temperança.
Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Waldo Vieira. Do livro: Conduta Espírita
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SOBRE O CARNAVAL
Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.
É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.
Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.
Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.
Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.
Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.
Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.
É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.
Emmanuel (espírito)
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939.
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CARNAVAL
É um grande acontecimento
No caminho emocional
De toda gente que espera
Os dias do Carnaval.
Antes, porém, do sinal
Para o esperado começo
Falarei sobre alguns casos
Dos muitos que já conheço.
Você recorda o Titoni
No violão do Moraes?
O violão voltou, há um ano,
Mas Titoni nunca mais.
Nosso Ivo carpinteiro
Querendo mesa perfeita,
Caiu do segundo andar
Quebrando a perna direita.
Juntaram-se algumas jovens
Dançando ao seu lado,
Uma delas desmaiou,
Eis Alceu desencarnado.
Na festa do Carnaval,
Amigos de projeção,
Rogam a Bênção de Deus,
Pensando em elevação.
Muitas viúvas a enxergam
Esperando alguns vinténs
Que lhes dão ao lar vazio
A paz por melhor dos bens.
Deitou Jim, querendo ver-nos,
Subiu ao grande salão,
Viu alguém furtar-lhe o carro
Mas não fez reclamação.
O doutor reconheceu
Que a hora lhe pertencia
Para ensaiar o perdão
Na caridade por guia.
Maricota fez oferta
Em apoio ao Carnaval,
Levando leite fervente
Resvalou no espinheiral.
Um caso desagradável
Foi da tia Belinha,
Deu pó facial à irmã
Com piolhos de galinha.
Todo vestido de andrajos
Vi nosso médium Gil Flores,
Voltou para a própria casa
Com mais quatro obsessores.
Não sei se você recorda
O nosso amigo Adão Taco;
Ficou em festa seis meses,
Voltou com voz de macaco.
Qual você pode pensar
Na lógica que não erra,
Carnaval é semelhante
À nossa vida na Terra.
Cornélio Pires (espírito)
Livro: Ação, Vida e Luz – Psicografia: Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.
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CARNAVAL
Chegou a hora de um novo carnaval, mas este que vai começar agora não será como os outros. Desta vez, a festa da carne já não será tão caracterizada pelo disfarce das fantasias, com as quais as potências malignas sempre se esmeraram em camuflar e colorir os seus mais temíveis propósitos. As máscaras não são mais tão necessárias, nem mesmo desejáveis. Agora a nudez é a norma, com toda a sua agressiva desfaçatez. Não apenas a nudez de corpos frenéticos, a nudez da carne soberana e sem freios, mas sobretudo a nudez dos pensamentos que se descobrem, acintosamente, sem qualquer pudor, na ostensiva clareza das pretensões mais abjetas.
Neste fim de tempos, com a permissão divina, para a necessária triagem, que vai finalmente separar o joio do trigo, o mal dispensa as velhas armaduras e não teme mostrar-se na completa arrogância da sua fria crueza.
O crime não escolhe mais nem hora, nem meios, nem ambientes, nem vitimas.
A festa que se prenuncia é de carne, mas de carne sangrenta, sofrida e humilhada, de carne em processo de franca decomposição, ainda antes do processo da morte física.
A violência já armou o seu cenário no grande palco do mundo e a função não tardará a começar, Nos bastidores da realidade, já começou, e dentro em pouco a cortina das conveniências será rasgada, para que o drama vingue, infrene, em toda a sua arrasadora plenitude.
A subida dos infernos é como o levantar-se do lodo dos abismos, que tolda todas as águas, antes de cristalina aparência. Não se poderia, no entanto, purificar verdadeiramente os mananciais, sem que o lodo do fundo fosse antes trazido à superfície, para ser então coado.
Os espíritos prevenidos, que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, agirão como aquelas criaturas prudentes a que os Evangelhos se referem, ao invés de deixar-se arrastar pela correnteza das aluviões sem freio e sem rumo.
Depois das orgias e dos excessos, das violências e dos enganosos triunfos da força humana, virão as lágrimas redentoras e as penas merecidas, mas a noite se escoará, com todas as suas amarguras, nas claridades sublimes e definitivas da Nova Era Cristã.
É bem de ver que, para os discípulos leais a Jesus, as horas que se aproximem, tão ansiosamente aguardadas pelos gozadores e pelos velhacos, não serão de festa, mas de vigília, de jejum e de oração, de testemunhos de renúncia e de coragem.
Isso será, porém, altamente compensador, porque é vindo o momento anunciado em que os habitantes dos "vales" devem fugir para os "montes".
Em face da turbulência que se avizinha, nós vos almejamos muita paz ao coração. E enquanto os tambores, os clarins, as balas e os impropérios estiverem poluindo o ar da Terra, que haja no íntimo de nossas almas, a ecoar como música celeste, o som excelso das promessas de amor de Nosso pai.
Áureo (espírito) / psicografia de Hernani Santana
Livro: Correio entre dois mundos
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